Análise: One Piece (volume 4)


Autor: Eiichiro Oda
Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia
Período de Publicação: 1997 - Em andamento
Serialização: Weekly Shonen Jump (Editora Shueisha) / Panini Comics
Número de Volumes: + 75

VOLUME 4 - LUA CRESCENTE

Sinopse: Luffy e seus companheiros chegam à vila de Usopp em busca de um novo navio. Mas, por um acaso, eles descobrem as terríveis intenções de um perigoso ex-capitão pirata disfarçado de mordomo!

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências.


Ahá! Consegui publicar duas análises consecutivas de One Piece! Estou trabalhando para que seja mensal, algo nada fácil, vamos nos focar e deixar periodicidades um pouco de lado. Luffy continua sua longa jornada na terra natal de Usopp, neste volume vemos o desenrolar da farsa do Mordomo Klahador, muitos diálogos e alguns combates. 

Antes de adentrar a história, vamos falar dos apectos técnicos do volume e seus extras, a Panini fez novamente um bom trabalho de edição, não vi nada que gerasse algum tipo de queixa. Achei o jogo de cores da capa fora de contraste, essas primeiras capas do mangá são de qualidade bem razoável em comparação ao que é oferecido mais adiante. A Seção SBS (Sempre Bom Saber) é simplesmente ótima, ter o própio Eiichiro Oda respondendo aos leitores de maneira excêntrica cria um atrativo a mais para que acompanha a versão encadernada, sem falar que tira muitas dúvidas desse universo.


Aqui tivemos um sequência de situações distintas, os primeiros capítulos foram trabalhados em como Usopp transmitiria o risco que sua vila estava correndo e como ele poderia evitar que Kaya fosse afetada pelo plano mirabolante do Capitão Kuro. O caráter do garoto foi duramente questionado quando se apresentou uma situação séria que exigisse dizer a verdade, chega a ser uma lição de moral em um momento inoportuno para quem sempre teve o hábito de brincar inventando histórias fantasiosas por diversão. Serviu para mostrar ao personagem que mentiras tem limites, que devemos distinguir muito bem quando devemos brincar ou engrossar o tom, essa linha tênue é observada quando tal falácia prejudica ou não uma pessoa, lembre-se que ele sempre contava tais histórias para Kaya com o intuito de distraí-la de sua vida monótona.

Depois de ganhar um tapa de brinde, ser expulso da mansão e ainda ser perseguido por boa parte dos habitantes do vilarejo, a ficha de Usopp caiu quando ele desistiu de confirmar para seus subordinados que haveria uma invasão pirata, percebeu que seu esforço seria completamente em vão, que não tinha credibilidade alguma para ser ouvido. Aí que entra o grupo de Luffy para ajudá-lo, o que entoou bem essa disposição do trio foi a frase do Zoro sobre que estavam fazendo aquilo por ser uma causa nobre.

Até aqui falamos das causas do problema e diálogos, gosto desse início da obra justamente pela construção dos personagens e pela preocupação do Oda em transmitir para o leitor essas características, na quantidade de quadros que temos por página percebe-se esse trabalho, sem uma sobrecarga do visual.

Não tem como não rir durante as aparições do Jango e as trapalhadas que o quarteto fez durante a preparação da armadilha no lugar errado, parecia bom demais para dar certo! Tamanha a confusão que confundiram o local, facilitando o desembarque dos piratas, mas os deslizes estão dos dois lados... Antes e durante as lutas gostaria de lembrar que o autor gostar de usar o recurso de preservar o protagonista colocando empecilhos bobos para que ele não participe de todos os combates relevantes do arco.

Por exemplo, nestes capítulos antes do Luffy chegar ao local de combate ele perde o rumo e vai parar em outros locais; em uma situação seguinte, o Chapéu de Palha simplesmente dorme em meio a turbulência por causa da hipnose do Jango, isto é apenas um exercício de observação, veremos se esta situação se tornará padrão. Nos combates, estranhamente Zoro sofreu um pouco diante dos Nyaban Brothers, sabemos que o diferencial do ex-caça-piratas é utilizar as três espadas, mas com uma espada mostrou-se inseguro, parecia de um aquecimento...

O truque da hipnose que poderia ser um diferencial para os piratas invadores tornou-se uma dor de cabeça impensada, porque o tonto do Luffy presta atenção e faz qualquer coisa que o Jango determinar, vale citar também que vira alívio cômico quando se inverte a ação para o aplicador que anda de costas! Com a chegada do Kuro no campo de batalha, a coisa toda ganhou um ar de maior seriedade, e não é para menos depois que o sujeito ficou durante três anos enganando várias pessoas para enricar facilmente.


As cenas de ação ficaram muito bem desenhadas, fáceis de entender, quadros grandes, o estilo de desenho do Oda facilita o entendimento dos fatos, até nos momentos de diálogos temos uma variação de ângulos. Para completar o circo armado, estava faltando a principal peça do plano do pirata aposentado: Kaya, que confrontou seu ex-mordomo na intenção de expulsá-lo da ilha, em vão porque o dinheiro não é suficiente para sua "paz" desejada, estranho alguém assim descansar no auge da Era do Piratas.


O que foi digno de tristeza e pena neste volume foi a reação da Kaya de que foi enganada durante três anos pelo mordomo pirata sacana, basta se colocar no lugar da moça e ver como seria nossa atitude perante a tamanha traição. Por isso, não devemos confiar em bons samaritanos que surgem do nada na porta de nossas casas e passam a ocupar grande espaço num momento de total fragilidade, ainda mais se você possuir uma conta bancária com vários zeros e uma mansão em um mundo cheio de piratas!

Depois de tantas reviravoltas, finalmente Luffy e Zoro assumiram a frente da batalha. Conseguirão derrotar o Capitão Kuro? Usopp salvará Kaya de Jango? Parece que chegaremos a uma conclusão do arco no próximo volume desse mangá agitado!


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário.

Até o próximo volume!

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