Análise: One Piece (volume 1)


Autor: Eiichiro Oda
Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia
Perído de Publicação: 1997 - Em andamento
Serialização: Weekly Shonen Jump (Editora Shueisha) / Panini Comics
Número de volumes: + 65

VOLUME 1 – ROMANCE DAWN - O AMANHECER DE UMA AVENTURA

Sinopse: Monkey D. Luffy é o personagem principal da história. Quando criança, ele fez a promessa de se tornar o maior pirata de todos os tempos. Mas um fato curioso acaba ajudando-o, sem querer, ele comeu o Fruto do Diabo, que dá poderes estranhos a quem ingeri-lo. Ele ganha o poder de esticar como um homem-borracha, mas nunca mais poderá aprender a nadar. Quando cresce, Luffy parte em busca de uma tripulação para entrar na Grand Line e descobrir o One Piece, o maior tesouro escondido dos piratas, e com ele ver seu sonho transformado em realidade.

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências. 


Meus Deus!! Depois de 4 anos esperando pelo lançamento do volume 36 (71 e 72 na edição da Conrad), a angústia acabou! Quando cheguei em casa e vi um pacote cinza que o carteiro deixou, contendo dois volumes de mangás, quase sai gritando que nem um louco por todos os cômodos (hahaha), não consegui conter a emoção em ver a obra máxima desse fanfarrão chamado Eiichiro Oda em mãos. Conheci o título em meados de 2007, primeiramente pelo anime, acompanhando até a Saga de Alabasta, depois adquiri os volumes da Conrad, onde li até onde foi lançado, ou seja, no momento mais delicado da Saga de Water Seven, nem preciso dizer que fiquei bastante chateado na época, já que não tinha internet banda larga para baixar os episódios, tive que contar com a benevolência de um grande amigo que nem gosta de animes para baixar aos poucos os episódios que eram lançados até a Thriller Bark, daí em diante consegui baixar a série por conta própria.

Aos poucos a emoção vai passando e o post ficará mais formal... Para quem não conhece a trajetória do título no Japão, ele começou sua publicação em 04 de agosto de 1997 na Weekly Shonen Jump, revista semanal para garotos mais famosa do país, casa de títulos como Naruto, Bleach e Dragon Ball, justamente em um período que a revista estava em segundo lugar nas vendagens, atrás da Weekly Shonen Magazine. Com o fim de Dragon Ball, a revista não tinha nenhum mega-hit que vendesse horrores como foi o mangá de Goku, então o cenário foi favorável para investirem em One Piece, que mostrou-se um título aventuresco, carismático e que tem um universo bem amplo, o que ajudou a editora ter ganhos a longo prazo, algo que acontece nos últimos anos e de maneira absurda. As vendas por volumes já ultrapassaram certo tempo os recordes de Dragon Ball, no decorrer das análises discuto mais esses detalhes. Atualmente o título conta com 65 volumes, mais de 650 capítulos, um anime exibido desde 1999 e que passou a marca de 530 episódios, 4 databooks, 4 artbooks, 10 filmes e acessórios relacionados a marca.


Antes de falar sobre a história em si, vamos aos aspectos técnicos da edição brasileira. A princípio, a capa ficou com um fundo horrível sem o mapa-múndi que é padrão em vários volumes originais, porém ao vivo ela é bem mais bonita do que em fotos, mesmo assim não deixo de registrar um pouco da decepção quanto a cor escolhida. Outro detalhe que faltou foi o título do volume na capa, sempre um capítulo é o destaque do encadernado, títulos como D.Gray-man, 100% Morango e Bleach tiveram esse tratamento pela Panini Comics.

O acabamento da lombada ficou muito bonito, diferente da japonesa que é branca, já a tradução foi revisada em relação às antigas edições, os honoríficos (-san, -sama, -kun), nome de personagens, golpes e termos gerais (Akuma-no-Mi, Grand Line) foram acrescentados e melhorados, o restante do mangá mantém a fluidez da leitura; quanto à qualidade das páginas e contracapa colorida foram mantidos os padrões da editora. Algo que ficou ruim foi o afastamento da página do centro do mangá, tanto que cortou muitas beiradas, parte dos balões e cenários, mas isso é algo que se espera que seja consertado.


O traço do mangá é bem caricato, que apela para o ridículo muitas vezes, principalmente nos momentos do humor, há quem não goste do estilo do Oda, mas acho que casa bem com o enredo e não chega a ser um problema grave, tanto que evolui muito em relação aos capítulos atuais, o capricho aumentou durante esses 14 anos de publicação. Espero que você esteja preparado para uma história longa, épica e emocionante! Lembro de um amigo falando que o mangá despertou sua curiosidade ao ver na primeira pagina os dizeres de Gold Roger antes de ser executado sobre seu lendário tesouro. Sem duvida essas palavras serão lembradas até descobrirmos realmente o que é One Piece.

Começamos a aventura vendo um garoto completamente sem noção chamado Monkey D. Luffy enfiando uma faca na cara só para provar sua grande coragem para um grupo de piratas que estava de passagem na vila. Isso serviu para apresentar o sonho do garoto em se tornar um pirata, insistindo para que Shanks leve-o para o mar, apesar de o capitão tirar um sarro do garoto por ser criança demais para viver tais perigos. Com a confusão que os Bandidos da Montanha fizeram, a imagem de força e respeito que Luffy tinha sobre a tripulação do Ruivo foi arranhada, uma reação normal para uma criança, porque se pararmos para pensar não vale a pena entrar em uma briga por tão pouco e que poderia causar muitos estragos desnecessários, tem que ter muito sangue frio para não reagir em um momento desses e ainda rir da situação como os piratas fizeram.


No meio da bagunça, Luffy ingeriu o GomuGomu-no-Mi (Fruto da Borracha), um Akuma-no-Mi (Fruto do Diabo) que transformou o garoto em um homem-borracha e que o impossibilita de nadar. Bem triste um pirata que viaja pelos mares que não poderá chegar perto da água! Mesmo Luffy comprando uma briga com os Bandidos da Montanha, Shanks mostrou a consideração e amizade que tem pelo garoto enfrentando os inimigos. O preço que o Ruivo pagou para salvá-lo foi alto, para um pirata ficar sem braço é um tanto quanto complicado, ainda mais com as dificuldades que os mares oferecem.


Depois de receber o chapéu de palha, Luffy partiu para encontrar uns 10 companheiros e decidiu que será o Rei dos Piratas, assim como foi Gold Roger, e para isso ele precisará encontrar o One Piece! Neste primeiro capítulo, Oda apresentou bons personagens, traçou o objetivo do protagonista, alternou bem entre drama e comédia, enfim, tivemos todos os pré-requisitos para uma boa história.


Depois de Luffy escapar do redemoinho, somos apresentados a Kobi e Alvida, num primeiro momento poderia até especular que o cara se juntaria ao protagonista, mas o chapéu de palha não gostou muito dele, falando na cara dura do medroso. No inicio há um contraste nos personagens, um é determinado e está pronto para qualquer adversidade, enquanto o outro não consegue seguir o seu sonho de tornar-se um marinheiro, até enfrentar a ogra da Alvida com a ajuda de Luffy. Como o protagonista está atrás de companheiros para suas aventuras, ele ficou interessado em recrutar o caça-piratas Roronoa Zoro, apesar de contraditório um caçador virar a caça literalmente. Antes de resolver isso, teriam que passar por cima da base da Marinha, inimiga natural dos piratas, e o filho do capitão da base, Helmeppo, típico filhinho de papai que usa e abusa do poder só por ser influente, convenhamos que não falta gente assim no mundo.


Engraçado é ver que a Marinha deveria ser o símbolo da justiça nessa Grande Era dos Piratas, e não isso aí que vemos na cidade onde os personagens aportaram, só pelo motivo que o Zoro foi preso mostra a injustiça da situação. Como esperado o espadachim não aceitou de primeira o convite de Luffy, mesmo porque ele tem seus princípios e objetivos em mente. Quem não queria socar o Helmeppo como o Luffy fez?! É aquele soco que o leitor quer estar na pele do protagonista só para ter o gosto de tomar essa ação, claro que ele iria correndo contar para o pai o que aconteceu, enquanto o Chapéu de Palha decidiu pegar as espadas de Zoro antes que acontecesse sua execução e torná-lo seu companheiro. O Capitão Morgan é aquele tipo de pessoa ridícula que se acha a última bolacha do pacote (não é a toa que tem um filho tão mimado), manda em todo mundo como se todos fossem seus escravos, como se ele fosse o bom e possuísse a verdade absoluta do mundo.


Foi impagável o momento em que Luffy pede desculpas após destruir a estátua do Morgan! Achei que o rápido flashback que tivemos para explicar o objetivo do Zoro em se tornar o melhor espadachim do mundo foi muito bom, não precisou gastar um capítulo inteiro para explicar algo simples, apenas lamentar que ele tenha perdido sua amiga Kuina, que servia como uma meta, quem diria que haveria um significado tão nobre para o caçador ser forte.


Depois de recuperar as espadas, Zoro tinha duas opções ingratas para escolher, então para alcançar seu objetivo, decidiu se tornar um pirata. Contraditório? Sim, a princípio parece totalmente contraditório e absurdo, mas se formos levar em conta a situação, qualquer um pode mudar de opinião diante do risco de colocar tudo a perder e foi o que o espadachim fez. Gostei muito do Zoro avisar que se o Luffy desistir do seu objetivo terá que pagar a dívida com a sua própria vida ao ex-caça-piratas. Como esperado, a combinação da dupla funcionou e o Capitão Morgan foi derrotado; achei um pouco exagerado o Santou-ryu (Estilo de Três Espadas), o cara tem uma força sobrenatural no maxilar e ainda consegue falar com uma espada na boca! Como estamos em um mangá de fantasia, vamos esquecer isso...


A preocupação de Kobi não era exagerada, porque os dois piratas não tinham barco e tripulação para navegarem na Grand Line, só de pensar o que precisa para um navio pirata andar em mares perigosos como falam, vamos precisar de mais alguns volumes para achar tanta gente. Bom, depois rola um teatro básico para que Kobi não tenha nenhuma relação com pirataria e entre na Marinha, com isso terminamos o primeiro arco de One Piece.


No mar, Luffy em vez de pegar o pássaro para matar a fome e capturado pelo animal, forçando Zoro a seguí-lo. Daí o espadachim encontra membros da tripulação do Buggy, enquanto Luffy encontra a garota que enganou os piratas. Dessa vez, o Chapéu de Palha enfrentará um pirata para valer! E o que Nami, ladra especializada em piratas, pretende?


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário. 

Até o próximo volume!

Comentários

  1. Mesma emoção com o pacote cinza por aqui!! Demais não? Eu achei!!

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  2. Não só por ser One Piece, mas a espera só criou mais expectativa, ainda bem que voltou a ser publicado! Era um dos títulos que mais esperava que pudesse voltar um dia, é impossível não ficar feliz.

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