Análise: Fairy Tail (volume 1)


Autor: Hiro Mashima
Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia
Período de publicação: 2006 - Em andamento
Serialização: Weekly Shonen Magazine (Editora Kodansha) / Editora JBC 
Número de volumes: + 27

VOLUME 1 – FAIRY TAIL

Sinopse: Lucy, uma jovem feiticeira que tem o poder de evocar Espíritos Celestiais, sonha em um dia se juntar à famosa Guilda de Magos Fairy Tail. É na Guilda que seus integrantes encontram os trabalhos e missões que irão encarar – que podem ser desde ir em busca de um tesouro valioso, algum item raro ou até dissolver maldições de uma cidade inteira. Depois de cruzar seu caminho com Natsu e o gatinho voador Happy, seu desejo de se tornar membro da Fairy Tail pode se tornar realidade! 

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências.


No primeiro capítulo, vemos uma história fechada apresentando os protagonistas e o básico do universo da série, como ocorre em todos os capítulos iniciais de uma história de ação e aventura do gênero. Temos dois pontos importantes abordados: o sonho que Lucy tem de entrar para a guilda mais famosa do mundo, a Fairy Tail, enquanto que Natsu está a procura de um dragão chamado Igneel, que o criou e ensinou a ser um dragon slayer (caçador de dragões). O vilão do capítulo nada mais é do que um impostor se passando por um mago da FT chamado Salamander, tudo para conseguir sequestrar mulheres, enfim, assim a aventura se desenvolve (não vou contar o que acontece, mas sim analisar). O autor optou por dividir o papel principal da história, tendo Lucy e Natsu como protagonistas (opção utilizada também em Inu-Yasha, Kekkaishi e Tsubasa: Reservoir Chronicle), onde tem-se um casal no centro das atenções, fato este que pode ou não abrir precedentes para um romance entre eles, isso vai depender de como o Hiro Mashima pretende explorar a relação dos dois.

Alguns destaques negativos pode-se fazer para a série: trama com elementos já manjados, não surpreendendo muito quem espera algo diferenciado para o gênero; o poder do Natsu, que é legal, mas clichê, um usuário de fogo é uma idéia muito batida; a grande semelhança com a arte de One Piece, fazendo parecer que é a mesma pessoa que produz ambos os mangás, a semelhança é tanta que até inventaram que o Hiro Mashima foi assistente de Eiichiro Oda, fato que não procede, pois o autor de FT desenvolveu seu estilo sozinho, sem nunca auxiliar nenhum outro mangaká. Já o destaques positivos são o bom humor, tornando sua marca registrada, principalmente com o mascote Happy, que sempre tem comentários pertinentes sobre as situações; tem um traço bonito e limpo; e o mais importante é que nesse volume em especial pode-se ver vários personagens sendo apresentados ao mesmo tempo, poupando futuros capítulos exclusivos apenas para mostrar os coadjuvantes. Isso não quer dizer que os personagens do grupo principal não ganharão sagas exclusivas sobre eles.

Observação: O Mashima deu um certo destaque para o cara do Conselho de Mágicos que abriu o capítulo chamado Siegrain, é bem provável que ele participe efetivamente em algum momento importante da história.


Após Lucy entrar para a Fairy Tail, são apresentados vários membros da guilda, de maneira muita engraçada, qualquer coisa já vira uma pancadaria generalizada pra todo lado, sobra até para quem não se envolve com nada (ponto para o autor). Outra coisa muito legal é essa “doença” que o Natsu tem quando está em um veículo, além de ser hilário, faz nos lembrar que ter enjoos é umas piores sensações que se pode ter na vida, já passei por isso e é uma desgraça, felizmente superei, mas espero que o Natsu não supere para continuar proporcionando um pouco de risadas.

Algo que não gostei foi que na parte onde o Macao precisa de atendimento devido a seu ferimento, no mangá o Natsu estanca o ferimento com fogo, enquanto no anime isso nem acontece, o que considero uma bobagem esse tipo de censura na TV japonesa, essa tentativa de suavizar é o que afundou muitas versões animadas dos títulos da Shonen Magazine, só espero que isso não comece a comprometer o futuro do anime de Fairy Tail. Depois de ajudar Macao, Lucy, Natsu e Happy (quase esqueci dele!) se dirigem para a próxima missão, fato este que encerra o primeiro volume.

Quanto a alguns aspectos técnicos do mangá, gostaria de ressaltar que a versão brasileira, lançada no fim de 2010, sofre com muitas críticas quando o assunto é tradução, que ficou sob responsabilidade do famoso dublador Guilherme Briggs (faz a voz do Buzz Lightyear do Toy Story) e sem dúvida nesse volume deixou demais a desejar, transbordando gírias e palavras coloquiais como “cê”, “é nóis”, “tá” e outros termos que já caíram em desuso há várias décadas. Caso você tenha ficado curioso, joga no Google e procura sobre o assunto, pois pipocam reclamações sobre o trabalho do dublador, abaixo vou deixar uma imagem de uma das frases mal colocadas no mangá:

Fonte: Mais de Oito Mil
Felizmente, a Editora JBC lançou o mangá em formato semelhante ao japonês, diferentemente de alguns títulos que eles dividiam o original e dobrava o número de edições, acabando com a vida dos colecionadores. Mesmo publicado no formato legal, o papel do miolo é ruim e com o tempo vai amarelando, tanto que os mangás mais antigos que tenho da editora estão em um estado ruim, mesmo com todo o zelo e o cuidado que se possa ter. Outro detalhe importante é que no fim do volume tem alguns extras, inclusive com um depoimento do Hiro Mashima, o que é muito importante saber que tipo de pessoa está criando aquele trabalho que estamos apreciando. (ponto para JBC)

No geral, esse primeiro volume, como todo mangá shonen, apresentou os principais personagens que atuarão nas próximas aventuras dessa turma do barulho, que coisa mais Sessão da Tarde, deu um pontapé inicial para apresentar esse amplo universo, possibilitando para a história uma certa longevidade. Todo início de série desse gênero é meio chato e demora um pouco para engatar uma saga de tirar o fôlego. Portanto, até aqui, Fairy Tail é só mais do mesmo, com vários clichês conhecidos no gênero, personagens simpáticos e uma temática simples e leve, tudo que um mangá de ação, aventura e fantasia pode oferecer, para quem gosta de tudo que falei, esse título é altamente recomendável.


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário.

Até o próximo volume!

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