Análise: Fairy Tail (volume 9)


Autor: Hiro Mashima
Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia
Perído de Publicação: 2006 - Em andamento
Serialização: Weekly Shonen Magazine (Editora Kodansha) / Editora JBC
Número de volumes: + 32

VOLUME 9 - A ESTRELA QUE JAMAIS RETORNARÁ AO CÉU

Sinopse: Depois da fantástica vitória da Fairy Tail sobre a guilda Phantom, Lucy decide voltar para casa e acertar as contas com seu pai. Preocupados com essa decisão repentina, Natsu, Elza, Gray e Happy decidem ir atrás da amiga. Enquanto isso, Loke parece estar escondendo um grande segredo sobre seu passado e a única pessoa capaz de ajudá-lo será a feiticeira celestial Lucy.

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências. 


Olha só a Lucy ganhando uma capa bem pop para ilustrar essa saga dedicada a explicar o passado da personagem! Continuamos no clímax do arco da Phantom Lord, o mestre Makarov humilhou o fanfarrão do Jose com a Fairy Law, uma técnica suprema que todo sujeito importante tem, nem deu para perceber se ele virou pó ou seja lá o que, uma coisa é certa: ele não morreu, algo bem comum em um shonen popular como Fairy Tail. Fim da guerra, vitória da guilda de Elza e companhia. Esta saga serviu para mostrar os sentimentos do personagens em relação a guilda, um lugar muito importante, e que representa a amizade entre os integrantes, para exemplificar toda essa questão tivemos o drama da Lucy em não querer deixar seus amigos para voltar para uma vida que não condizia com aquilo que ele esperava para si; e como bônus conhecemos o passado de Elfman e Mirajane.


No quesito combates foi bem mais diversificado, destacando a luta entre Natsu e Gajeel, a melhor do mangá até aqui. Batalhas a parte, alguns detalhes precisavam ser esclarecidos, entre eles estava as habilidades de dragon slayer de Gajeel, aprendida com Metalicana, que assim como Igneel, sumiu do mapa a 7 anos, mais precisamente no 7º dia do 7ºmês do ano 777 (ainda bem que não é aquela combinação 666), é sempre bom lembrar que o desaparecimento dos Dragões é um dos principais fatores que movem a história dos magos.

Bem normal a Lucy sentir remorso pela confusão e os ferimentos nos seus amigos, só alguém desalmado não ficaria chateado com toda a situação ocorrida. Acho bem legal quando o mestre filosofa sobre o significado da amizade e de estar em uma guilda, palavras proferidas de maneira semelhante no arco da Lullaby, depois fomos premiados com uma cena hilária dele chorando só de pensar na punição que receberia! Com a bagunça miserável que fizeram dificilmente o Conselho Mágico deixaria passar em branco, a punição já estava prevista, então era só aguardar o pior... que nada! Até parece que eles seriam punidos pelo o que aconteceu. Às vezes essa impunidade lembra uma das principais características do Brasil, onde pessoas com alto status fazem o que bem entendem e não acontece nada, apesar que neste caso a Fairy Tail foi vítima do ataque e reagiu destruindo a Phantom Lord.


Nada como um flashback para ilustrar a relação entre Lucy e seu pai, típico cara ocupado que nem se preocupava com a filha, infelizmente esse tipo de coisa não é incomum de se assistir por aí. Peraí, a Juvia ressurgiu das cinzas águas?! Não seria nada anormal ela ser utilizada, ainda mais com sua paixão platônica pelo Gray; até que a demolição da guilda foi uma boa ideia, o visual projetado pelo Makarov pareceu melhor do que o aplicado no modelo antigo. Vamos tirar um sarro do Loke e desconfiar que ele tem alergia a outra coisa... Em falar na mocinha da história, sua fuga parecia representar a desistência das aventuras na Fairy Tail para retornar a vida de burguesa como uma Heartfilia após essa fase de "rebeldia".


Veja o nível de desespero (?!) que alcançou o Sr. Pai da Lucy, ele fez um estardalhaço daqueles para trazer a garota para se casar e manter o nome da família!! Só poderia ser alguém da elite para achar que a vida das pessoas funcionam desta maneira, estalou os dedos e os deuses estão ao seu dispor; o pior mesmo era a figura que seria o marido da princesa cosplay, apenas confirmando aquela teoria que o dinheiro não compra beleza... Para coroar a discussão, Lucy se revoltou com o pai, contradizendo toda aquela conversinha medieval para garantir um futuro de riqueza, e afirmou que se ele atacar a guilda novamente seria considerado seu inimigo, porque finalmente ela encontrou um lugar onde é aceita pela sua essência e não pelo que tem. Este foi o ponto final para o arco sobre Lucy Heartfilia.

Apenas uma observação que poderia passar batido referente o ano do falecimento da Layla Heartfilia, mãe da Lucy, que foi o mesmo do desaparecimento dos dragões, será apenas uma coincidência ou esses dois fatos teriam alguma relação? Fica a dúvida.


O mestre tirou um belo sarro do “julgamento” formal do Conselho Mágico, que deu o veredicto para tudo acabar em pizza para a Fairy Tail dessa vez. O velho Yajima, um dos integrantes do Conselho, levantou a questão da aposentadoria de Makarov, motivado principalmente para ceder espaço a nova geração de magos que surgiu na guilda. Defendo a hipótese de que se ele morresse em batalha resolveria essa dúvida, sem falar que apresentaria uma oportunidade para os personagens amadurecerem diante de uma perda e tornaria o mangá mais interessante.

Lucy mostrou um pouco do seu masoquismo ao receber (e gostar) de uma chuva de chicotadas da Aquarius por perder o molho de chaves dos Espíritos Celestiais. Que maravilha! Laxus reapareceu, estava sentindo falta dele com seu jeito filho da mãe de ser, provocando e insultando todo mundo, principalmente aqueles com poder mágico abaixo da média. Apesar de ser um desgraçado, gosto dele por destoar da maioria dos personagens do grupo principal, além disso é evidente que ele só aceita pessoas que sejam fortes o suficiente para não perder com facilidade, agora o fato dele ser o neto do mestre e possuir essa filosofia afasta a possibilidade dele ser o próximo líder da guilda como ele pretende, apesar da pouca idade para tanto.


Até aqui nenhuma novidade em ver Lucy, Elza, Natsu, Gray e Happy tornarem-se uma equipe oficial depois de tudo pelo que passaram juntos, é aquele grupo clássico que tem em várias histórias de aventura, era esperado que acontecesse essa decisão pela sintonia que existe entre os personagens. De vez em quando ler uns capítulos mais calmos é relaxante, ainda mais depois de duas sagas intensas, mal saíram da Ilha Galuna e tiveram que lidar com o ataque da Phantom Lord. O capítulo da peça de teatro foi hilário, cheio de viradas no roteiro, totalmente anti-clichê!

Como tinha falado mais cedo, nunca deu para entender muito as fugas do Loke, não poderia ser um simples “fora” de uma feiticeira mágica para ele ter todo esse medo da Lucy. Ele só salvou a garota porque era uma missão, caso contrário, talvez nunca mais veríamos ela... Algo que me deixou um pouco incomodado foi o quadro que o mago da Fairy Tail desfere um soco em direção ao inimigo, nem tem o contato e na mesma cena o cara já está no chão, como se tivéssemos visto ação toda depois do soco, tipo uma censura, enfim não gostei e isso acontece com freqüência, pode observar.


Em contrapartida a minha reclamação, um dos pontos mais altos do volume foi a sequência romântica que Lucy e Loke protagonizaram, um não querendo explicar a situação para o outro, sem dúvida a discussão e a disposição dos quadros ajudaram muito para o clima. Já estava esperando uma declaração sobre alguma doença degenerativa que o impediria de seguir em frente na bagaça, mas no final não passou de uma bela encenação... esse é o exemplo de mentira que não conseguiria contar tão bem assim, Loke mostrou o que devem chamar de lábia, deve ser por isso que ele é tão popular (hahaha)

Quantos espíritos a Lucy deve ter excluindo os pertencentes ao Zodíaco? Não lembro do Mashima falando com precisão sobre isso, inclusive o Velho Cru enciclopédia nem foi citado até hoje, suas habilidades não seriam úteis nos momentos anteriores da história. Apesar da farsa, Loke estava falando sério sobre seu pouco tempo de vida e mais surpreendente foi descobrir o motivo, que foi percebido pela Lucy ao desconfiar que ele era Leo, o espírito celestial de Leão. Ele deu um fim em Karen Lilica, maga da Blue Pegasus, a guilda do tiozinho alegre além da conta que apareceu no arco da Lullaby, inclusive o poder do mestre Bob de atravessar paredes é curioso.


Já dava para ver que tipo de pessoa era Karen, maltratava seus espíritos a troco de nada, foi importante saber que um feiticeiro celestial NÃO pode invocar 2 espíritos simultaneamente, nunca se sabe quando uma coisa dessa não muda no futuro. A discussão sobre salvar Loke serviu para vermos a imponente figura do Rei dos Espíritos Celestiais; acabei de falar sobre a invoção de mais espíritos de uma vez e aparecem todos no mesmo momento, a coerência desceu o ralo mais uma vez na história... O poder da amizade supera tudo e é isso aí!!


No fim, o Rei acabou perdoando Leo, para felicidade do espírito e de Lucy, que conseguiu mais uma chave do Zodíaco na história. Nem preciso lembrar que este volume foi dominado pela princesa cosplay, quase nem falei do Natsu e olha que ainda acham que ele é o protagonista. Vamos ver o que teremos daqui para frente nos próximos volumes de Fairy Tail!


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Até o próximo volume!

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