Free Talk 112 - House of Cards


Casa do Baralho!

Primeiramente, agradeço ao Netflix por fazer tantas produções interessantes e que saem do marasmo que estamos vendo ultimamente nas mídias de entretenimento, fazer só pelo ato de ter alguma coisa qualquer um faz, agora entregar um produto de qualidade que atenda e surpreenda seu consumidor merece citação. Obrigado Netflix!!

Puxação de sardinha a parte, vamos falar dessa série ficcional sobre política inacreditável e que traz aquela certeza de que não vale a pena se envolver nas altas esferas. Não tenho a intenção de dar spoilers, e sim incentivar a assistirem os primeiros episódios para ver se gostam ou não da temática, talvez no princípio você ficará com pé atrás, acredito que uma série que tem boa repercussão deve ter algo que vale a pena.


Primeira escolha que acertaram em cheio foi o ator Kevin Spacey para interpretar o protagonista Frank Underwood, na cena inicial do primeiro episódio já serve para filtrar quem vai seguir em frente na série ou assistir novela da Globo, um detalhe que acho diferenciado e brilhante é a quebra da quarta parede, ou seja, a interação dele com o espectador, a apresentação daquele universo que vai exigir estômago para resistir tantas ações escusas, questionáveis moralmente e legalmente falando para alcançar o poder.

Recomendo antes, para quem não viu, o ótimo filme Beleza Americana, porque o Frank parece uma extensão de Lester Burnham (também interpretado por Spacey), como se tudo que ele queria fazer fosse concretizado em House, pois o personagem passa por uma série de dilemas e escolhas morais, só que o político segue o caminho sombrio.

Quem nunca ouviu esse tema?

Outra escolha acertada foi Robin Wright para ser Claire, esposa de Frank, a relação deles consegue sustentar a obsessão deles e se sustentar diante de tantas escolhas, ela consegue ser tão objetiva e dissuasiva quanto o marido, e apesar de jeito todo controlado (vide a postura e o andar da personagem), ela ainda mostra traços de humanidade e fragilidade em alguns momentos, o que torna imprevisível e fascinante como ela reagirá a cada situação. A melhor palavra para definir essa relação cheia de altos e baixos é parceria, até quem está próximo aos dois chega a esta conclusão.

Os coadjuvantes são ótimos também, compõem muito bem o elenco, são muitos estereótipos envolvidos como reportéres, empresários, outros políticos, assessores, é tudo bem crível, assim como a produção em torno da série, nota-se a qualidade do trabalho e dos profissionais envolvidos. Por exemplo, na Quarta Temporada (2016) um detalhe que ficou muito evidente foram as paletas de cores, tudo muito cinza ou preto, roupas e ambientes, ressaltando um clima pesado e tenso (vejo como a temporada mais sombria), recurso inteligentemente utilizado também na excelente série Breaking Bad.

Enfim, achei que deveria falar de House of Cards no sentido de incentivar quem não viu ainda ou está a procura de algo legal para assistir. Já vou avisando que precisa ter estômago de aço para ver o que Frank faz para chegar aonde quer, ele não conhece limites e passa por cima de quem ficar no seu caminho. E além de tudo isso, ele sabe que você está observando seus passos, como cúmplice de suas ações deturpadas.

Querendo ou não, somos seus cúmplices, Frank
Até a próxima!

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