Análise: Fairy Tail (volume 10)


Autor: Hiro Mashima
Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia
Período de Publicação: 2006 - Em andamento
Serialização: Weekly Shonen Magazine (Editora Kodansha) / Editora JBC
Número de Volumes: + 45

VOLUME 10 - A TORRE DO PARAÍSO

Sinopse: Elza Scarlet é a garota mais durona da guilda Fairy Tail, mas o seu passado esconde uma história repleta de dor e sofrimento como escrava nas mãos de malfeitores. Agora ela descobre que seus antigos companheiros concluíram a construção da Torre do Praíso e planejam ativar a magia proibida Sistema-R. Como se não bastasse, a própria Elza foi capturada para se tornar o sacrifício desta cerimônia!

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências.


Aqui estamos nós em mais uma análise de Fairy Tail após um hiato agressivo, desde 09 de Junho de 2012, quando falamos do volume 9 e a conclusão do arco da Lucy. Neste volume, tivemos um início light e um encerramento sinistro com uma chuva de novidades, além da exploração de um das principais personagens, Elza Scarlet.

Continuando o período de paz, vemos Natsu e seus amigos interagindo com Loke depois da revelação dele ser um espírito celestial, já falei que capítulos leves de vez em quando não mata ninguém, principalmente na transição de sagas muito importantes na história. Inclusive no final deste encadernado temos duas histórias extras bacanas, uma sobre a ideia de existir algum sentimento da parte do Natsu em relação a Lucy (leia-se amor), o que faz a cabeça da mulher virar de cabeça para baixo!! A outra história engraçada é com Happy presenteando a personagem com um bolo de peixe.

Antes de entrarmos na parte densa, gostaria de falar da parte técnica como a tradução, os "cês" acabam com a fluidez da leitura, soa até chato, porém em alguns pontos incomoda e seria bom que nos demais volumes isso mudasse um pouco. Outro ponto foi a capa, achei muito simples, faltou ousadia para o Mashima, ele sabe fazer artes ótimas.


Quem leu deve ter percebido que liberdade e culpa são temas bem explorados nessa leva de capítulos, algo que percebemos naquele pequeno monólogo da Titânia sobre se divertir ou não, levar-se a sério tudo que ela faz durante todos os momentos. A aparição dos antigos amigos da Elza foi tão repentina que pegou os mais desprevenidos com as calças na mão, ainda mais pelo jeito caricato que demostraram em suas apresentações, destaque para o quadrândi Wally; por mais sombrios que possam ser seus objetivos, dificilmente o ar de humor não está presente no diálogo com os protagonistas. O remorso é uma coisa bem complicada, principalmente quando compramos esse sentimento, tanto que ficou estampado na cara da Elza quando foi acusada de traidora.


Ponto positivo para o Mashima que usou um tema como a escravidão para mostrar o tamanho do sofrimento que ela escondia, quantos e quantos seres humanos inescrupulosos utilizaram desse tipo de mão-de-obra para construir algum monumento, e neste caso não se podia esperar algo de bom. Dentro do festival de novidades, vemos o quanto o Conselho de Magia foi descuidado em não descobrir e destruir a última Torre do Paraíso do Sistema-R, ficou muito esquisita essa história, a sugestão do Siegrain de usar o Etherion para resolver tudo soou muito suspeito, rápido e fácil de se ratificar.

Antes que esqueça, Siegrain é o Jellal, ou vice-versa? São irmãos? São as mesmas pessoas ou alguma pegadinha do autor? Espero que ele esclareça isso, vai explicar aquela atitude agitada do Siegrain durante a reunião do Conselho e como ele está simultaneamente na Torre do Paraíso. Mais um ponto positivo neste começo de saga foi termos o flashback agora antes que as coisas esquentem com os combates tradicionais; entendemos o tamanho da aflição de Elza ao rever o que ela passou enquanto era prisioneira.

É surreal imaginar que crianças teriam forçar para causar um rebelião naquele lugar, mas aceitamos porque é uma história de aventura e superação, observamos também que Jellal impulsiona Elza a ter fé e força de vontade para sair daquela situação, mesmo depois de capturada injustamente. Não lembro algum momento mostrando que a Titânia tinha um problema no olho direito, como foi mostrado na discussão com Gray.

O sacrifício de Jellal e o seu ódio com tudo a seu redor despertou uma energia sinistra que explica a mudança comportamental do personagem até os dias atuais, é sempre bom ressaltar que graças ao Conselho de Magia não ser tão firme como deveria com as Guildas das Trevas e seitas malucas, sempre tem alguém que se esforça para trazer o Mago Negro Zeref de volta a vida, ele lembra Lord Voldemort em Harry Potter, está morto fisicamente falando, só existe seu espectro, que foi o que tomou conta o garoto e gerou toda a virada naquela confusão.

Com a existência do Sistema-R, a articulação política para usar o Etherion e o sacríficio de Elza, concluímos que o plano sombrio de Jellal levará apenas tempo para ser concretizado, o que poderia ser apenas uma saga pessoal de umas das personagens do mangá acaba abrangendo uma mudança muito drástica no mundo que foi proposto por Mashima. No arco da Eisenwald e da Ilha Galuna, a grande preocupação foi com o rastro que Zeref deixou, olha que a dificuldade para vencer os brinquedos mágicos dele foi absurda, imagine se o próprio ressuscitar? Ainda mais com aquele ponto de interrogação sobre o paradeiro do dragões, que talvez sejam capazes de bater de frente com o mago das trevas, é uma condução sutil para algo que pode ser grandioso.


Com este contexto, os personagens que acompanhamos parecem tão simples e pequenos tamanho o problema que pode surgir, tanto que pouco citei Natsu, Lucy, Gray e Happy (Juvia também), mesmo com várias páginas mostrando suas participações. Esse volume trouxe mais profundidade a história, no momento certo, sem perder a essência da série com aquele toque de bom humor que estamos tão acostumados a ler.

Vamos ver o que o próximo volume nos prepara, com esclarecimentos e provavelmente combates à vista para mostrar que esse arco não é apenas seriedade, tristeza e drama!


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário.

Até o próximo volume!

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