Em tempos de racionamento de água, falaremos de quedas de energia que acontecem de vez em quando em nossas casas e, principalmente, em times de futebol que as pessoas insistem em acreditar que são capazes de fazer algo!
Não estava tão a vontade para falar de futebol, mas uma situação me ajudou a lembrar outra e refrescar a Teoria do Apagão, tão falada naquela famigerada goleada de 7x1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo. Para quem não acompanha futebol, em especial de uns 10 anos para cá, essas goleadas não são tão comuns, apenas se uma das equipes estiver muito mal em campo, aí é inevitável...
Ao ouvir o técnico Scolari discorrer sobre aquela hecatombe, usou esse termo para justificar trinta minutos de jogo e 5 gols na conta brasileira, só que tudo aquilo não passou de um ingrato reflexo da decadência generalizada que o futebol neste país sofre desde a década de 1970, algo como não se modernizar em sua estrutura, forma de organizar campeonatos, estádios ultrapassados, dirigentes amadores que sentem-se donos dos clubes (quantas empresas privadas encontram seu fim por essa postura paternalista de seus gestores), o espetáculo estar em função da grade de programação da televisão e não o contrário, pseudo-torcedores organizados que marginalizam a imagem do futebol, entre tantos outros pontos.
Eu não lamentei o resultado, fiquei impressionado, sempre esperava muito da seleção alemã desde a boa campanha na Copa de Mundo de 2006, com aquele terceiro lugar em seus domínios, agora uma goleada sobre um Brasil com tanta história foi de derrubar defunto! E a tendência é sofrer para ganhar de times de segundo escalão como Colômbia, México, Equador, Croácia, e apanhar de Alemanha, Argentina, França, Inglaterra. A mudança passa por muitas áreas, não só por comissão técnica, e convenhamos que trazer o Dunga não é inovar e reciclar.
Baseado nessa anedota brasileira, chegamos a noite de domingo para assistir ao apagão verde, o inacreditável jogo Goiás 1, 2, 3, 4, 5, 6, Palmeiras 0, um dos principais clubes da história do brasil que amarga um período semelhante de descrédito, desgosto e apequenamento gradativo desde o final dos anos 70. Não vi ninguém apontando o termo, muito pelo contrário, a maioria das pessoas estão convictas de que tudo é fruto do péssimo trabalho feito nas últimas três décadas (1992 à 2000 não conta, a Era Parmalat foi um hiato brilhante nessa tragédia).
Para muitos o contador para o terceiro rebaixamento começou, faltam 15 rodadas para mais uma mácula nessa trajetória centenária maravilhosa, eu acredito que não será rebaixado, sofrerá até o último jogo e sobreviverá, e isso será um divisor de águas para a mentalidade de muitos. Lembrando que tudo isso é uma expectativa, de um torcedor que já viu muitas coisas acontecerem em 11 anos acompanhando esse esporte maluco. Bom, independentemente do que aconteça, espero que todos tirem algum aprendizado dessas situações e entenda que tudo na nossa vida tem que chegar através de muito trabalho e competência, sem isso só colhemos problemas.
Até a próxima!
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