Análise: Kekkaishi (volume 4)


Autora: Yellow Tanabe
Gênero: Ação, Comédia, Drama, Romance, Sobrenatural
Perído de publicação: 2003 - 2011
Serialização: Weekly Shonen Sunday (Editora Shogakukan) / Panini Comics
Número de volumes: 35 

Sinopse: A situação do fantasma de um ex-pâtissier começa a preocupar Yoshimori, e chega a hora em que ele precisa tomar alguma atitude quanto a isso! Um habilidoso e sagaz kekkaishi aparece em Karasumori! Será ele um inimigo ou um aliado?

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências.


Com muita alegria que recebi uma ótima notícia sobre a publicação de Kekkaishi! Segundo o Mangás da Panini - Fansite, o título deixará de ser trimestral e passará para bimestral a partir de Maio, mesmo que o retorno financeiro do mangá tenha sido muito abaixo do esperado pela Panini, ela comprometeu-se a não cancelá-lo. Baseado nesta informação, decidi publicar as análises do mangá mensalmente sempre que possível, na pior das hipóteses sairá bimestralmente até alcançar a publicação brasileira. Mesmo Kekkaishi melhorando a cada volume, chateia ver que o mangá não ter tanta fama e reconhecimento como um título da Shonen Jump, sem falar da dificuldade para encontrar as páginas coloridas publicadas originalmente na Sunday. Detalhes a parte, vamos ao que interessa!


Começamos com a reaparição do ex-pâtissier Masahiko, que ainda não encontrou a “luz”, algo bem clássico o fantasma que não consegue partir porque deixou algo pendente na terra. Dentro desses capítulos temos a apresentação de uma nova personagem, a conselheira espiritual Yumeko Hananokouji (Mother-san), que foi citada no caso do tiozinho que perdeu a cabeça no primeiro volume. Em pensar que ele não foi embora porque estava preocupado com o irmão mais novo, algo natural de qualquer ser humano, ainda mais nesse caso em que o cara morreu inesperadamente por causa de um repolho (oi?). Como o protagonista teve que ajudar, acabou enviando um shikigami para substituí-lo na escola, bem que o usuário poderia saber das informações simultaneamente que espírito recebe.

Situação difícil ter que escolher e abdicar dos negócios da família para seguir o seu sonho, o fato é que toda a responsabilidade ficou com Toshihiko sem Masahiko saber se aquilo era realmente o que o irmão caçula realmente queria, essa dúvida aterrorizava o ex-confeiteiro. Fugir é a primeira ação que passa na cabeça da maioria das pessoas (principalmente das despreparadas), justamente por não saber enfrentar as situações complicadas e por isso o cara não descansa em paz, felizmente tudo se resolveu alegremente para todos. 

Esse arco dos irmãos serviu para lembrar como as séries da Shonen Sunday gostam de aproximar os personagens dos leitores, com histórias do cotidiano e que podem acontecer com qualquer um (tirando a parte sobrenatural da coisa), por tal motivo que sentimos uma empatia tão grande por eles, até parece que são pessoas de verdade. Um fato que ainda não tinha comentado é como a autora prefere trabalhar mais com expressões de personagens e quadros com maior close, deixando muitas vezes de desenhar detalhadamente e fundos; mas isso não quer dizer nada, é apenas um estilo de desenho. Pelo menos ela preenche as páginas com vários quadros para compensar, diferentemente de outros autores que deixam folhas em branco sob a desculpa de ser um estilo narrativo. 


A parte mais interessante e séria deste volume mostra Yoshimori preocupado em ser passado para trás pela Tokine, então ele resolveu estudar os manuais de kekkai jutsu, se bem que não vai funcionar muito porque ele é um cara desconcentrado. Vemos também uma conversa entre o protagonista e Toshimori sobre os poderes do garoto, mas ele não tem tanta confiança em si e acaba não desenvolvendo suas habilidades.


Tivemos toda uma preparação para que Masamori Sumimura entrasse em cena, demonstrando que utiliza outros poderes além de barreiras, como rastrear a posição do adversário, é aquele típico personagem forte que vai ajudar em momentos ruins. Relembrando edições passadas, vemos mais uma variação de kekkai, com múltiplas camadas sendo criadas simultaneamente para aumentar o poder de implosão. Só pelo diálogo dele com a Yomi, que a seu pedido esteve em Karasumori, algum interesse ele possui no lugar. Assim como o ex-patissier, o líder da Yagyou voltou porque estava “preocupado” com seu irmão mais novo. A relação entre os dois não parece ser uma das melhores porque existe um conflito causado pelo houin (marca do sucessor legítimo), está mais do que na cara que o irmão mais velho queria ser o kekkaishi protetor do castelo, tanto que é mais preparado para isso que o garoto. Masamori falou sobre a questão de que os kekkaishis enfrentam inimigos desconhecidos, como se não fosse suficiente proteger um local desconhecido por tradição familiar, convenhamos que são mistérios demais para lidar. 


Outro ponto abordado novamente foi ingenuidade e descompromisso de Yoshimori com seu dever como kekkaishi, o irmão mais velho está correto em dizer que algum dia a situação pode ficar extremamente delicada e o cara não vai estar devidamente preparado para enfrentar o problema de frente, além do que não é suficiente o garoto se limitar apenas proteger a Tokine e não deixar ninguém se ferir, simplesmente ele não pode fugir como o ex-confeiteiro estava fazendo no início desse volume.

O esquema explicando como Karasumori é protegida por barreiras ajudou a imaginar o que pode ter lá embaixo, sem falar do discurso intrigante do Hakubi, dizendo que se uma ayakashi chegar muito perto do lugar pode ser devorada. Para lidar com a desconfiança de Masamori em relação a sua capacidade, Yoshimori usou uma estratégia muito doida para atear fogo na floresta! Não conhecia o efeito backdraft (ignição explosiva), foi uma idéia muito arriscada e, ao mesmo tempo, inteligente porque resolveu o problema rapidamente, eles poderiam levar horas até acharem a ayakashi tipo planta, essa tática absurda surpreendeu até o primogênito da família Sumimura. 


Há! Depois de receber tantas cobranças e refletir bastante, finalmente Yoshimori encontrou um objetivo além de proteger a Tokine, o protagonista percebeu que a única maneira de resolver todos os problemas é selar o poder de Karasumori para sempre. Demorou um pouco, mas com certeza esse é o momento mais importante da história até aqui, legal ver Masamori incentivando essa atitude (a princípio, porque não sabemos o que realmente o cara pretende), mas ele alertou que foi proibido durante 400 anos investigar sobre os mistérios do castelo e ainda solta que “aquele que tenta se aproximar de Deus sempre será punido”, pode ter sido apenas uma analogia, ou talvez uma pista dizendo que não seja “algo” e sim “alguém” que está sendo protegido durante todos esses anos. 


A inserção de Masamori na história foi essencial para o andamento do mangá, ele virou uma meta para Yoshimori alcançar, além de despertar o senso de responsabilidade no sucessor legítimo. Mesmo Shigemori alertando, seu neto mais velho demonstra discretamente que tem uma certa sede por poder para compensar não ter recebido o houin, mesmo assim é difícil predizer quais são suas reais intenções e porque ele está envolvido com a Urakai. Nos extras, a Tanabe cita que ele apareceria mais cedo e seria mais presente, porém o editor foi deixando o personagem de lado e só agora que ele entrou na trama para valer.

Para concluir, Masamori desconfia que sejam verdadeiros os boatos a respeito de uma organização interessada em Karasumori! Seria o prólogo para uma saga? Agora que os detalhes básicos foram definidos, seria muito bom termos um arco de médio a longo prazo para estabilizar a série, parece que a ação está próxima de começar! 


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário.

Até a próxima!

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