Análise: Kekkaishi (volume 3)


Autora: Yellow Tanabe
Gênero: Ação, Comédia, Drama, Romance, Sobrenatural
Perído de publicação: 2003 - 2011
Serialização: Weekly Shonen Sunday (Editora Shogakukan) / Panini Comics
Número de volumes: 35 

Sinopse: Yoshimori não quer ficar pra trás e finalmente resolve aprimorar suas técnicas para alcançar Tokine! E Madarao, ao reencontrar um antigo conhecido, tem o seu triste passado revelado!


ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências.


Dois meses sem análise de Kekkaishi!! Chegou o momento de tirar esse atraso! Enquanto isso, mais um mangá da Shonen Sunday ganhou espaço nas bancas brasileiras, O Mito de Arata (Arata Kangatari no original) tem uma boa história e que tem um estilo parecido com este mangá, espero que tenha uma boa recepção no mercado. Se você acompanha esta análise, não se preocupe que agora tudo volta ao normal, ou seja, postagens bimestrais. Não vai me dizer que já esqueceu a história só porque faz muito tempo que você não lê um volume da obra da Tanabe? Se perdeu a memória, reveja as matérias referentes aos primeiros volumes, caso esteja tudo fresco no cérebro, continue esta leitura!!

Começamos este volume com Yoshimori treinando sua resistência levantando uma pedra com ferro dentro, essa parte é algo que as pessoas geralmente acham uma chatisse, a questão de personagem treinar para adquirir e aprimorar suas habilidades é um mal necessário. Quando não se tem uma citação sobre o esforço nesse sentido, os poderes do personagem se tornam sem graça, pois não vemos a dedicação do mesmo para adquiri-los. 


Tokine tem poderes limitados, diferentemente de Yoshimori, que tem uma fonte quase inesgotável de energia, então a moça tem que encontrar maneiras de compensar tal deficiência, melhorando tanto a forma como a precisão das barreiras. Por outro lado, o protagonista tem a amiga não apenas como a pessoa que ele quer proteger, e sim como um objetivo a ser alcançado, pois ela demonstra ter maior conhecimento sobre kekkai jutsu. Enquanto procuram maneiras de aperfeiçoar seus poderes, a dupla enfrenta uma ayakashi com poderes de gelo, onde é destacado como analisar o oponente e utilizar estratégias são pontos mais do que necessários para derrotar o adversário, Tokine sabe equilibrar suas habilidades com sua capacidade de raciocinar, já Yoshimori não pensa... mas percebe-se que ele tenta rever esse estilo de combate, não serão todas as vezes que irá funcionar.

Quando o assunto é a vizinha Yukimura, o cara fica muito sério, sempre voltamos ao dilema de proteger e ser protegido, quando ele acha que sabe de algo, a barreira pode adquirir composição elástica, devolvendo os golpes. É bom existir essas variações, não se prende apenas ao mesmo de sempre, essa combinação de habilidades entre os dois não foi o suficiente para consolá-los, perceberam que precisam acima de tudo ficarem mais fortes para não encontrarem tantas dificuldades para combater os invasores da escola, no volume anterior já foi abordado essa questão de ser forte. 

Na edição passada achei que Hakubi teria destaque, porém os holofotes foram apenas para Madarao, ambos são “prestadores de favores” para os Sumimura e Yukimura, isso é citado claramente pelo youken, contrariando a impressão de Yoshimori. Surge uma ayakashi que se intitula Príncipe do Makai, Honetarou, querendo tomar o Castelo de Karasumori (até parece que ele conseguiria). Com o fio de nenshi, Yoshimori captura a criatura e tenta convencê-la a sair da escola, como já sabemos essa benevolência do rapaz já causou muitos problemas, além disso todos os youkais não são civilizados o suficiente a ponto de entender que devem sair de Karasumori alegremente. 

Eis que aparece Kouya, um antigo amigo de Madarao (ou Ginro), ambos eram dois cães selvagens que tiveram que lidar com as dificuldades da natureza e, principalmente, com guerras causadas pelos humanos; o cão negro despreza a fraqueza de seus companheiros e admira seu ex-amigo justamente por ser o contrário. Em meio a isso, o guardião de Karasumori avisa para Yoshimori não se envolver porque Kouya é forte porque não hesita, coisa que o protagonista sempre faz, e convenhamos, não deixa de ser um recado para o garoto pensar nas suas atitudes. 


Para quem achava que aquele colar no pescoço dele fosse apenas um adorno, se enganou porque serve para selar os poderes de Madarao e mantê-lo racional. Provavelmente Hakubi adquira também esta forma se retirar o colar, aliás ele não está nem um pouco preocupado com o que os cães selvagens estavam fazendo, será que existe um motivo para esse descaso? Kouya odeia humanos e não suporta a idéia de Ginro deixar de ser o que era para serví-los, esse ódio é claramente motivado pelo personagem ter perdido sua casa, fonte de sobrevivência, seu amigo, enfim toda sua vida como cão selvagem. O que trouxe de volta mesmo foi a vontade de reconquistar a montanha que era seu lar, que foi selada por Tokimori assim como o solo sagrado de Karasumori.


Dava para imaginar uma luta entre cães neste mangá? Acho que não... No meio da confusão, vemos uma proposta de Yoshimori para ser o dono de Madarao, despertando o guardião e trazendo novamente sua motivação para lutar, felizmente o plano para derrubarem o adversário de Yoshimori e Madarao funciona por muito pouco. Mesmo em leito de morte, Kouya não amoleceu o coração e chamou os “subordinados” de amigos, bem diferente do que acontece geralmente, ele simplesmente morreu com o orgulho que carregou a vida toda. Antes de Madarao finalizar a luta, ele recuperou suas energias rapidamente, graças aos poderes do terreno sagrado, mas a pergunta que o Yoshimori fez sobre porque isso aconteceu e se foi a vontade de Kouya é intrigante. Uma hipótese: será que Karasumori tem vontade própria? Afinal, não sabemos sobre o que estamos falando... 


O diálogo entre os cães foi interessante, sobre os humanos terem vários tipos de forças, isso se enquadra muito bem para as dúvidas dos capítulos iniciais entre Yoshimori e Tokine, que estavam preocupados em encontrar uma maneira de se fortalecerem, e ficou subentendido que cada pessoa tem uma força diferente. Algo que tento imaginar é o poder que o Tokimori Hazama tinha, como ele conseguiu selar o Madarao, além desse envolvimento com o solo sagrado. Acho que houve um certo exagero quanto ao tipo de macete que poderia ser usado para trazer o youken de volta, era só amarrar o fio de nenshi e estava resolvido, o mais difícil mesmo foi domar o cão de rodeio! Outro detalhe é que mesmo o Hakubi não indo para a cara de seu companheiro, ele entende que ambos tem o mesmo dever de proteger Karasumori e não se deve colocar questões “pessoais” a frente deste objetivo, isso lembra quando encontramos dificuldade para trabalhar em grupo com alguém que não gostamos, porém não deixamos de cumprir os objetivos por essa inimizade.


Temos um capítulo hilário sobre o demônio negro que aterroriza todas as mulheres do planeta, também conhecido como barata. Brincadeiras a parte, vemos mais uma utilidade para a kekkai, quando ela é criada em uma superfície móvel também pode ser movida de acordo com o local onde está, mas o que realmente chama a atenção é como o Yoshimori descobre isso intuitivamente, evidenciado suas habilidades como um sucessor legítimo. 

No geral foi um bom volume, não tivemos tantos detalhes como no anterior, faltou uma página colorida na capa de algum capítulo e para quem não está acostumado, o desenvolvimento da história pode ser lento, mas a tendência é o mangá só melhorar! 


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário.

Até o próximo volume!

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